Alvão e Cesário Verde

DAC- Apreciação Crítica - Alvão e Cesário Verde

No âmbito do Domínio de Autonomia Curricular (DAC), e após o estudo da poesia de Cesário Verde, os alunos do 11.º D foram desafiados pela professora de Português a apelarem à criatividade pessoal e aos conhecimentos adquiridos.

Assim, foi-lhes sugerido que elaborassem uma apreciação crítica, a propósito de uma fotografia que selecionaram relativa ao Alvão, relacionando-a com a temática do realismo e a unidade em que estudaram a poesia de Cesário Verde.

A dinâmica de trabalho ficou ao critério dos alunos, sendo-lhe dada a autonomia de o realizarem de forma individual ou em grupo. 


Esta imagem retrata uma paisagem montanhosa que, por sua vez, tem uma nascente que corre montanha abaixo. Além disso, na encosta das montanhas encontram-se também muitas árvores. A segundo plano, são também percetíveis caminhos nas montanhas, obras do ser humano.

Na imagem estão presentes várias cores, o verde que contrasta com a cor castanha das encostas montanhosas, pintando uma paisagem num estilo mais rural, daí ser possível comparar com a poesia de Cesário Verde porque ele acaba por valorizar mais o campo do que cidade. por causa da sua maior liberdade, sentimento bastante sentido, nesta imagem, quando se vive longe do stress da cidade.

Na minha opinião, esta imagem vai ao encontro do que Cesário Verde tentava transmitir na sua poesia, sobretudo a sensação de liberdade e que Cesário Verde só encontrava no campo.

Alexandre Mota, n.º 1

Esta fotografia foi tirada na caminhada a Ermelo e mostra uma paisagem do Parque Natural do Alvão. Na imagem podemos observar uma diversidade de cores, vegetação, várias casas e montes, conseguimos também aperceber-nos de que o tempo não estava muito bom, estava nublado, sendo prova disso o manto branco do céu.

A imagem transmite tristeza e angústia, visto que estava um dia nublado, mas, ao mesmo tempo, transmite serenidade por ser um meio campestre com saliência para a cor verde das árvores.

Efetivamente, é possível relacionar esta imagem com a poesia de Cesário Verde, pois é visível nos seus textos uma dualidade entre o campo e a cidade, dando preferência ao campo e aos seus benefícios, contrapondo com a cidade e o que o poeta pensa sobre esta. Cesário dá valor às coisas simples e naturais, ao silêncio e à tranquilidade do campo. Em relação ao ambiente citadino, o poeta acha que as pessoas não são humildes como as do campo, não gosta do nem da artificialidade. Na imagem observamos um espaço rural que se encaixa perfeitamente na obra do poeta.

Contudo, ao observarmos a imagem, a primeira impressão que temos é, sem dúvida, que o céu estava encoberto e parece que havia uma probabilidade de precipitação, o que transmite uma certa tristeza, porém, ao observarmos a parte inferior figura, obtemos outra impressão, ficamos com a sensação de paz e tranquilidade.

Ana Carolina Martins, n.º 2 e Nuno Ricardo Cunha, n.º 11 

Na fotografia é possível observar a queda de água das Fisgas de Ermelo que é considerada uma das sete maravilhas de Portugal e é uma zona protegida do Parque Natural do Alvão. É uma paisagem de cortar a respiração e a caminhada é também uma grande aventura.

A imagem representa tudo o que é puro e a natureza na sua fase mais primitiva. Só esta imagem tem a história de um povo que aí habitou e que continua a habitar desde há vários anos, um povo que vive sobretudo da natureza que o rodeia, não só para viver, mas também para tirar dela prazer. Esta imagem representa vida, sobrevivência e diversidade.

Tal como a imagem, na poesia de Cesário Verde está sempre presente a história de um lugar, os seus problemas e as suas alegrias, como na imagem também representa isso, pois a partir dela sabemos que vive lá um povo alegre pela diversidade e pelas paisagens, mas também com os seus problemas, pois a maior parte das pessoas depende da natureza para sobreviver e nem sempre a natureza é previsível.

Ao observar a imagem, sentimo-nos alegres e emocionados, perante uma paisagem tão inebriante, parece algo sobrenatural, quando observado de perto, mostra-nos que a natureza tem muito poder, nós só aparentamos ser os seus súbditos. A imagem mostra-nos a natureza no seu absoluto poder, mostra-nos o que é capaz de fazer, o que é capaz de mover para conseguir paisagens como esta.

Ana Luísa Martins, n.º 3 e Laura Peneda, n.º 9


A fotografia mostra uma linda paisagem, rochosa e verde, com pinheiros e carqueja. A seus pés está uma das várias piocas, onde é possível refrescar-se, que foi esculpida pela água ao longo dos anos. Podemos ver um homem a praticar uma das atividades possíveis que é a escalada pelas cascatas, esta atividade só pode ser feita no verão devido à diminuição do caudal da água.

A imagem, por um lado, transmite-nos felicidade, paz, tranquilidade, no entanto, por outro, também pode significar negatividade, principalmente quem tiver medo de altura, pois a altura pode chegar aos 200 metros.

A relação entre a poesia de Cesário Verde e a imagem é que ambas transmitem coisas negativas e positivas. Na poesia de Cesário Verde é evidente a dicotomia campo / cidade. Esta transmite-nos doença, falsidade, pobreza, exploração dos mais pobres, enquanto o campo dá-nos um ar de liberdade, saúde, já que os alimentos são biológicos, tranquilidade, sossego.

A presente foto transmite-nos várias sensações como paz, por ser um lugar aberto, rodeada por natureza, com vistas magníficas, é um lugar com poucas coisas, porém, traz tranquilidade e liberdade para pensar abertamente. Pode ser um sítio para "meditar", para nos banharmos ou fazer desporto como o homem da foto que está a fazer escalada.

Diogo Oliveira, n.º 5, Renato Brízida, n.º 12 e Simão Moreira, n.º 16

Esta imagem retrata-nos uma paisagem mista entre um âmbito florestal e agrícola de um planalto situado no lugar de Varzigueto no concelho de Mondim de Basto, inserido no Parque Natural de Alvão.

Nela podemos verificar que a componente florestal é constituída, principalmente, por vidoeiros, carvalhos e pinheiros. Além disso, verifica-se, na zona composta por pinhal, que há uma parte do monte desprovida de árvores, certamente terá a ver com algum incêndio no passado ou desflorestação efetuada pelos madeireiros. Também não podemos esquecer que, sendo um meio rural sem indústria, a economia vem praticamente da extração de pedra e madeira e da pastorícia.

Quanto a componente agrícola, verifica-se pela imagem que a plantação existente é aveia, para servir de alimento para o gado, que será fornecido em forma de pasto ou, depois de passar a época das chuvas, será cortado e posto a secar para servir de alimento.

Duarte Carvalho, n.º 6

Na fotografia, podemos observar uma rua da aldeia de Ermelo rodeada por casas construídas com o material abundante da zona: o xisto. Os seus telhados são construídos por uma pedra chamada lousa de cor preta, também originária do xisto. Além disso, ao centro, sobressai uma rua com uma pavimentação feita de granito, um material abundante nas pedreiras de Mondim de Basto. Ao longe, caminha solitária uma pessoa, parece ser do sexo feminino.

As casas são construídas com xisto e com telhado de lousa, elevadas junto à estrada tendo um ar antigo, pois as suas portas e janelas ainda são feitas de madeira. A fotografia, pelas cores que a envolve, transmite um aspeto de serenidade, tranquilidade, mas não de alegria, pois as casas são escuras, estão fechadas e degradadas, a ausência do sol transmite alguma tristeza.

Observando a fotografia, podemos relacioná-la com a poesia de Cesário Verde, um dos poemas que se relaciona com a fotografia é a Parte III "Ao Gás", em que Cesário Verde descreve as ruas como sendo tristes e desmazeladas e estreitas e como podemos ver na fotografia, além de ser pouco bonita, tem o aspeto de que está abandonada, não chama a atenção e a rua é estreita.

Os motivos pelos quais escolhemos esta fotografia foram por transmitir um ar de paz e de tranquilidade, por ser, principalmente, uma fotografia simples sem muito que dizer, mas muito que sentir.

Fábio Leal, n.º 7, João Ribeiro, n.º 8 e Ricardo Rodrigues, n.º 13

Nesta imagem, situada no Parque Natural do Alvão, distrito de Vila Real só é possível observar a natureza e nada mais, é uma vista muito bonita, uma bela paisagem, apesar de o tempo estar um pouco cinzento.

Na imagem, é possível observar os vários elementos da natureza, o céu meio cinzento representaria a tristeza, o verde das árvores (pinheiros) a vida e a esperança, as montanhas o acumular da experiência vivida, e o correr da cascata de água o futuro que há pela frente. Cesário Verde, em todas as suas poesias, tem presente a natureza e sempre falada pela positiva, uma das suas grandes paixões, ao contrário da sociedade citadina que sempre crítica.

Em geral, gosto muito da natureza, seja campos, florestas e todo o resto. Em relação à imagem, não acho que seja uma grande vista, mas, ao mesmo tempo, estão representados quase todos os elementos que constituem o universo, só faltando mesmo o mais maligno de todos - o fogo.

Luís Alves, n.º 10

A fotografia retrata uma paisagem natural: em primeiro plano, duas figuras, uma masculina e outra feminina, de quem são percetíveis os corpos e as suas roupas. A figura masculina e a figura feminina encontram-se perto uma da outra, mantendo-se as duas de pé. Ao longe, visualizam-se colinas (montanhas) verdejantes. Também conseguimos visualizar uma fresca cascata transparente.

O autor da fotografia (eu) usou o realce do sol, para dar a luminosidade da paisagem, traduzindo o calor do dia: o verde da paisagem, as cores claras e intensas das figuras e as águas da cascata a "deslizar" suavemente, remetem para a serenidade, a tranquilidade e a felicidade perto da "natureza". As figuras ajudam a compor o ambiente que as rodeia.

É quase impossível olharmos para descrição que Cesário fez "Eu e ele" e não repararmos na simplicidade e até no tom verdejante (que não pertence às duas figuras, mas sim às montanhas). De modo geral e mais abrangente, a fotografia remete para a atenção ao pormenor e ao detalhe, sendo características da poesia de Cesário Verde.

Rute Torres, n.º 14

A imagem representa as Fisgas de Ermelo, retrata uma paisagem bucólica, sem dúvida, uma bela paisagem. À primeira vista, observa-se o verde da paisagem, envolvido por algumas árvores, também dá a sensação de parecer ser um braço de uma pessoa que, provavelmente, observa toda a beleza da natureza. Seguidamente, observa-se uma cascata envolvida por rochas. Ao longe, vislumbra-se uma paisagem com um caminho de Terra, vendo-se também o azul do céu.

Na imagem predomina o uso de cores verdes, o que transmite equilíbrio, tranquilidade e representa, sobretudo, a sensação de estabilidade, vitalidade e um grande positivismo, dando a sensação de uma simplicidade e uma paz autênticas. A água, que vai caindo pelas rochas abaixo, remete calma absoluta, dá a sensação de atrair energias positivas e levando-nos para um lugar bastante calmo.

É quase impossível olharmos para a imagem relativa às Fisgas de Ermelo e nãos nos recordarmos da poesia de Cesário Verde, que descreve o campo como uma vida marcada pela naturalidade, que transmite uma liberdade autêntica e um lugar de saúde e riqueza e de energia. De um modo mais envolvente, a imagem remete para a descrição objetiva do real, característica da poesia de Cesário Verde, em que a perceção sensorial é estimulada e é através dela que se faz a captação da realidade envolvente.

A poesia de Cesário Verde debruça-se sobre o real, para ele o campo é um espaço de vitalidade, de alegria e de beleza. Para ele o campo oferece uma lição de vida com várias facetas que ele transmite com realismo e objetividade, tratando do concreto que é o campo.

A imagem transmite, desta forma, tudo o que o poeta sente. Numa palavra posso afirmar que a imagem e a poesia de Cesário Verde são semelhantes. Essa palavra é simplicidade ou naturalidade real das coisas simples.

Tiago Ferreira, n.º 17

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